Eletrônica Popular V.52 N.4 de Maio de 1982
Tendo em vista a falta de sensibilidade de certos equipamentos de uso atual entre os radioamadores nacionais, resolvi projetar um pré-seletor simples, mas que apresentou excelentes resultados. Em vista disso, consegui divulgar bem os dados para sua construção que, por não apresentar dificuldades, irá interessar a muitos.
O projeto foi baseado em um artigo da revista inglesa "Practical Wireless", que descrevia a montagem de um receptor para ondas curtas. Realizei as modificações possíveis para que o circuito pudesse amplificar, da maneira mais simples (com uma só bobina), os sinais das faixas de amadores (80, 40, 20, 15 e 10 m).
O diagrama esquemático do pré-seletor se encontra na Fig. 1. Como vemos, trata-se de um único estágio amplificador que utiliza um MOSFET de porta dupla. Praticamente, qualquer unidade funcio-nará a contento em TR1.
Faltou na época de publicação o valor do capacitor C6:
C6 = 100 pf , cerâmica, disco
O sinal proveniente da antena é aplicado ao transformador T1. O secundário deste transformador forma um circuito sintonizado com o variável C1. Experimentei em C1 diversos capacitores variáveis, sem notar grandes diferenças. Qualquer variável para recepção (até mesmo os de receptores miniatura) serve.
Para a tomada de antena, experimentei o acoplamento através de um capacitor de 47 pF, mas o melhor resultado foi conseguido através do enrolamento primário de T1.
CH1, quando fechado, curto-circuita a secção B-C do secundário de T1, o que permite sintonizar o circuito nas "faixas altas" (20, 15 e 10 m), enquanto que, com CH1 aberto, o circuito irá ressonar nas "faixas baixas" (80 e 40 m). Utilizei em CH1 uma chave de ondas instalada bem próximo de T1, para curto-circuitar o enrolamento B-C quando em operação em 20, 15 ou 10 m.
XRF1 é um reator de R. F. no circuito de dreno de TR1. O ideal seria que a saída também fosse sintonizada. Entretanto, para simplificar a construção deste pré-seletor, resolvi fazê-la aperiódica. Experimentei; sem variações significativas, vários reatores de R.F., e acabei me decidindo por uma bobina de aguçamento de TV ("peaking-coil"), levando em conta suas reduzidas dimensões.
Quanto à montagem, as recomendações são as de praxe ao se lidar com circuitos de R.F.: ligações curtas, caixa blindada, circuito sintonizado com montagem mecanicamente bem firme, etc.
O comutador que desliga a alimentação do circuito, em meu protótipo, também (por intermédio de uma outra seção) desvia os sinais comprovados da antena para a saída do pré-seletor, de forma a possibilitar a recepção com e sem o dispositivo.
No caso de transceptores, convém realizar a comutação através de um relé, de forma a deixar c pré-seletor fora da linha de antena durante os períodos de transmissão. Pode ser utilizado um sistema acionado pela própria R.F. do transmissor. Uma sugestão para isso encontra-se na Fig. 2.
Se, com sinais fortes, o pré-seletor apresentar tendência a auto oscilar, é só reduzir um pouco o ganho através do potenciômetro R1.
Fig. 2
Exemplo de circuito que faz atuar um relé em presença de R. F.
ao se passar à transmissão.