Após um tempo de boas escutas com o "MANGAVA-1", resolvemos melhorar a etapa de áudio incluindo um BC548 e controle de volume. Estas modificaões melhorou as recepções que faziamos nas bandas de 40m e 80m.
Na banda de 80m o ganho era pouco e fizemos uma experiência colocando a outra seção do capacitor variável, a que ficava sem função, junto com uma bobina semelhante a do circuito regenerativo. Criamos um circuito extra de pré amplificador de RF que atuava na mesma frequência do L/C do receptor. Funcionou bem em 3.5MHz e por muito tempo deixamos o "MANGAVA-2" funcionando em 80m.
Com o pré de RF em 40m o circuito apresentava instabilidade pela grande quantidade de RF que entregava no BF494. Percebemos que necessitava de mais experiências para melhorar o ganho do receptor.
Chegamos até a instalar um potenciômetro de ganho de RF. Ficou bom, mas deixamos estas experiências para um versão futura, quem sabe o MANGAVA-3.
Foi com a colaboração do dedicado Lobato, PY4JR, de Belo Horizonte, que o MANGAVA-2 ganhou consideráveis melhorias e o resultado foi animador. Uma sensível melhora na estabilidade e sensibilidade, além de idéias na seção de sintonia.
Como a "versão-2" é 90% das experiências do Lobato, o receptor ganhou as letras "JR", originadas de seu QRA - PY4JR. Por isso ficou - "MANGAVA-2 / JR". Este acréscimo de duas letras lembra "Junior", o que nos transporta a uma idéia de montagem para principiantes, que é também o nosso foco.
O Lobato montou vários receptores MANGAVA para seu uso e experiências. Ele tem corujado as rodadas em AM nos 40m com tranquilidade. As escutas em SSB e CW ficaram excelentes nesta nova versão. Atingiu uma considerável estabilidade.
Em CW tem conseguido receber estações LU e JA.
As montagens do Lobato, PY4JR.
Versão com capacitor variável e com potenciômetro.
Versão com capacitor variável
IMPORTANTE:
Medições que devem ser feitas para se ter mais facilidade no ajuste do RX:
Depois de tudo conferido, ligue o equipamento na fonte e meça a tensão em cima do
diodo zener que deverá ter a tensão do zener ou um pouco menos.
Agora meça na base do BF494 para a massa e gire o potenciômetro de regeneração até
ter a tensão indicada de mais ou menos 5.5 volts.
As tensões corretas de B/E = 0.52 V, e de C/E = 3.9 V .
Dicas:
Se você for usar um Knob que tenha um ponto marcado no mesmo, deixe o potenciômetro de regeneração ajustado para 5.5 volts e faça uma marcação no painel para facilitar o ponto de regeneração.
Em nossas experiências, mudamos o valor do potenciômetro de sintonia para 47K que ficou
com a sintonia mais suave. O ideal é usar um "vernier" para dar uma melhor qualidade na sintonia.
Não esquecer quando ligar a chave do ATT. O RX irá sair um pouco da frequência e você terá que retocar novamente a sintonia. O mesmo irá acontecer ao desligar. Isto ocorre porque o resistor de 22R tira o circuito da ressonancia que estava. Como este atenuador é pouco usado, fica a critério de quem for montar, usar ou não.
Considerações:
Chave de atenuação de sinais na entrada (antena) do BF494. Se tornou necessário porque sinais locais fortes saturavam a entrada do transistor. Quando se faz necessário sua atuação, é normal que a frequência varie um pouco porque modifica a carga no circuito. É só retocar a sintonia.
As modificações em relação ao MANGAVA-1:
1. No lugar da bobina foi utilizado um Micro Choque de 4.7 uH, deste tipo que se parece com um resistor.
2. O capacitor variável é um de 120pF. Aqui cabe um comentário: Este capacitor tem um valor residual de mais ou menos 12 pF, ou seja, ele todo fechado tem 120pF, e todo aberto 12pF. Isto quer dizer que o mesmo em paralelo com o micro choque de 4.7 uH irá fazer o circuito oscilar de 6.695 até 21.171 MHz, o que já é muito.
Obs: Na pratica o RX funciona bem abaixo de 21.171MHz, mas devido as capacitâncias parasitas que não foi levado em conta, o rendimento será melhor entre 6.695 até 7300 mais ou menos. Embora receba estações comercias acima de 7300kHz, o rendimento é melhor porque excite uma relação entre capacitância e indutância para a banda dos 40m..
3. O capacitor que fica entre o coletor e o emissor, usei dois de 100 pF em paralelo.
4. O capacitor que é ligado à antena, usei um variável de 15 pF, com 12 pF fixo e a antena influência no circuito regenerador composto pelo BF494 e o capacitor de coletor para emissor. Com este capacitor você pode ajustar para melhor recepção do RX.
5. O áudio com o LM386 ficou macio e se ao você retirar a antena do RX e ele receber alguma estação comercial ligue um capacitor de 1K entre o pino dois do LM386 a massa, isto deve fazer a estação sumir. No meu caso não precisou.
6. O Ideal será usar o micro choque de 4.7 uH e um capacitor fixo de 100 pF, e em paralelo com o mesmo um pequeno capacitor de uns 15/20 pF. Assim limitamos a freqüência entre 7000/7300 Mhz. A sensibilidade irá aumentar devido a uma relação entre capacitância e indutância.
7. Se você não encontrar o micro choque, faça uma bobina com núcleo ajustável de 4.7 uH e use no lugar do micro choque, irá funcionar muito bem. Para quem tem um grid dip meter vai ficar fácil fazer a bobina.
8. Poderá usar no lugar do BF494 um BF199 metálico.
9. O controle de regeneração está funcionando sem problemas e quando retirei o capacitor fixo de 12 pF acima mencionado e substitui pelo de 15 pF do tipo variável o zumbido que ele tinha diminuiu praticamente 90%.
10. Experimente também com pilhas, mas podem durar pouco tempo devido o circuito ter um P. A com o LM386. Neste caso teria que usar pilhas de uns 2000 mA recarregáveis.
11. Não use um só fio ligado como antena, irá provocar zumbido. Use a malha do cabo coaxial a massa ou um bom terra para quem está com uma long-wire.
SOBRE A MONTAGEM E EXPERIÊNCIAS DO LOBATO, PY4JR
Montei o Mangava-2I,/jr e não tenho nada há reclamar do RX. Tenho escutado muito bem todas as estações de SSB, CW, e AM dentro do limite de frequência que planejei: 6993 até 7150 Mhz. Mas no tocante a estabilidade ele deixava a desejar. Como tenho um outro mangava-2I na bancada como laboratório, fiz algumas experiência para melhorar a estabilidade. Depois de duas semanas, consegui melhorar em muito esta deficiência.
Nada de milagres: Como se sabe em um circuito que a ressonância é atravez de um circuito L/C, a estabilidade depende da qualidade da bobina e dos capacitores associados ao circuito, além de outros fatores como, a estabilidade térmica do transistor e correntes circulantes no circuito L/C, e outras.
Para dividir esta corrente circulante na bobina, nós estávamos usando um só capacitor em paralelo com a mesma (ver primeira vesão do MANGAVA-1). Revendo a literatura sobre isto com muitos autores, eles usam vários capacitores em paralelo com a bobina, e isso dividi-se a corrente circulante e melhora em muito a estabilidade do circuito.
O mesmo fiz com o capacitor que esta ligado de coletor até o emissor. Também usávamos um só, agora estou usando três. Nada impede de você usar mais capacitores em paralelo. Se você olhar em alguns esquemas de equipamentos comercias como o Yaesu 7B, Yaseu 101E, e outros, o circuito do VFO usa este mesmo sistema em paralelo com suas bobinas de sintonia.
A estabilidade também irá depender da qualidade do seu capacitor variável e a ligação mecânica.
Os dois diodos ligados inversamente na entrada da antena para o terra, é uma pequena proteção para o circuito de entrada.
A bobina L1 eu enrolei em uma forma de 7mm com núcleo de ferrite ajustável. Depois de pronta fiz a medição e sua indutância com o L/C Meter acusou 3.8 uH. Não estou enviando o numero de espiras e o diâmetro do fio usado, porque tudo depende da permeabilidade do ferrite em cada caso.
Os capacitores marcados como NPO são aqueles capacitores de disco com uma pinta preta.
Atenciosamente:
Galieno Lobato Ribeiro, PY4JR.
Um pouco sobre a MANGAVA ou MAMANGAVA (Bombus):
A palavra "mamangaba", de origem tupi, que também se grafa "mangangaba", "mangangá" e "mamangava", significa "abelha de grande porte". Apesar de todos estes termos, "mamanga", "mangaba" e "mangava" são as denominações mais frequentemente utilizadas, principalmente, pelo homem do campo. As mamangavas mais conhecidas são as "mamangavas de toco" ou "mamangavas de pau podre", que são as espécies de Xylocopa, conhecidas por serem importantes na polinização do maracujá, e as "mamangavas de chão", que são as abelhas do gênero Bombus.
Uma das características das espécies que ocorrem no Brasil, é a agressividade bastante desenvolvida. Este fato tem ocasionado uma destruição sitemática dos ninhos destas abelhas, toda vez que um deles é encontrado; assim, em várias regiões, a população de mamangavas tem diminuido a cada dia que passa.
fonte: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/80/polinizacao2.htm
Foto da original Mangava que morava no jardim da frente do shack
de PY2CWW que deu o nome para o projeto.
QTH da Mangava na frente do shack de PY2CWW.
A seta que indica a parte de baixo da prancha de madeira é onde ela morava.
As duas setas mostram duas caixas de reguladores de voltagem que irão
se transformar em QRP valvulados.